Entrevista com o Presidente da AEPAD

AEPAD em Foco: A visão de quem lidera a nova associação nacional de empresas privadas de apoio domiciliário

Num momento decisivo para o setor do apoio domiciliário privado em Portugal, falámos com Nuno Afonso, presidente da recém-criada AEPAD – Associação Nacional de Empresas Privadas de Apoio Domiciliário, para compreender as motivações por detrás da criação da associação, as prioridades para os próximos anos e a visão estratégica que orienta esta nova entidade representativa.

 

❝ O setor precisa de organização, voz e presença política. É por isso que existimos. ❞

AEPAD: O que motivou a criação da AEPAD?

Nuno Afonso: A criação da AEPAD nasce da urgência de unir as empresas privadas que operam no apoio domiciliário em Portugal. Somos muitas, estamos em todo o território nacional, damos resposta a milhares de famílias e empregamos um número significativo de profissionais. No entanto, até agora, não tínhamos uma voz comum, nem uma estrutura que representasse os nossos interesses junto das entidades públicas, dos media ou da sociedade. A AEPAD veio colmatar essa ausência, com uma missão clara: defender, valorizar e qualificar o setor privado do apoio domiciliário.

 

Prioridades para 2025 e além

AEPAD: Quais são as principais prioridades da associação nesta fase inicial?

Nuno Afonso: A curto prazo, temos três objetivos centrais:

1. Consolidar a base associativa, reunindo empresas de todas as regiões do país que partilhem os nossos valores;
2. Intervir publicamente junto das entidades decisoras para que o setor privado seja ouvido nas políticas de
envelhecimento, saúde e apoio social;
3. Promover a qualidade, criando referenciais técnicos, boas práticas e programas de formação contínua que ajudem a elevar os padrões de serviço.

Sabemos que só ganharemos legitimidade se formos sérios, consistentes e tecnicamente sólidos. É isso que nos propomos fazer.

 

Parcerias e diálogo institucional

AEPAD: Como vê a relação com o setor público e o setor social?

Nuno Afonso: Não estamos aqui para dividir, mas para somar. Defendemos um modelo de complementaridade. O setor público tem o seu papel, o setor social também, e o setor privado pode e deve ser parte da solução. Já mostramos no terreno, todos os dias, que conseguimos responder com qualidade, flexibilidade e proximidade. Mas queremos que isso seja reconhecido formalmente. Para isso, precisamos de diálogo estruturado com os ministérios, as autarquias e outras organizações. A AEPAD está disponível para esse trabalho, com espírito construtivo.

 

Visão a longo prazo

AEPAD: Qual é a visão da AEPAD para o futuro do apoio domiciliário?

Nuno Afonso: O futuro dos cuidados passa, inevitavelmente, pelo domicílio. A transição demográfica está em curso, a preferência da população é clara, e os sistemas públicos já não conseguem responder sozinhos. A nossa visão é a de um setor integrado, onde o apoio domiciliário seja reconhecido como um pilar essencial do sistema de cuidados continuados e de envelhecimento ativo. Queremos empresas éticas, bem formadas, com profissionais valorizados e utentes protegidos. Se conseguirmos isso, ganham todos.

 

Mensagem final aos associados

AEPAD: Que mensagem deixa às empresas que ainda não se associaram?

Nuno Afonso: Este é o momento de nos unirmos. Nenhuma empresa, por mais competente que seja, consegue fazer este caminho sozinha. A AEPAD é o espaço de todos os que acreditam num setor privado com qualidade, responsabilidade e ambição. Juntem-se a nós. Vamos construir este futuro juntos.